A Instituição da Páscoa
Havia cerca de 400 anos em que o povo hebreu vivia entre os egípcios, num regime de escravidão, absorvendo os costumes e cultuando os deuses de um povo politeísta, idólatra e até mesmo, com práticas ocultistas. Então Deus enviou Moisés para libertar o Seu povo. Após algumas pragas, para desmistificar alguns deuses cultuados pelos egípcios, Deus instituiu a páscoa (Ex 12:1-14) para lembrar ao Seu povo a libertação do jugo egípcio e para prefigurar a libertação futura do povo escolhido em Seu Filho, Jesus, do jugo do pecado e da condenação eterna. Assim, nessa celebração religiosa os judeus passaram a comemorar a saída do Egito, a passagem da escravidão para a liberdade.
Na celebração da páscoa cada família deveria sacrificar um cordeiro sem defeito, cujo sangue seria passado nos portais das casas. Isso livraria da morte o primogênito da família. Dentro das casas, as famílias comeriam a carne do cordeiro juntamente com ervas amargas e pão sem fermento. Seria um dia por memorial, celebrado como solenidade ao SENHOR, e anualmente, em todas as gerações, celebrado por estatuto perpétuo (Ex 12:14).
A Última Páscoa e a Santa Ceia
Todos os cordeiros mortos nas páscoas judaicas representavam o Cordeiro que Deus enviaria para tirar o pecado do mundo (Jo 1:29), a ser sacrificado na última páscoa. Paulo escreveu aos Coríntios que Cristo é a nossa páscoa (ICo 5:7), cuja morte trouxe o nosso livramento e a nossa salvação. Ninguém poderá ser salvo baseado em sua própria justiça ou bondade, mas pelo sacrifício vicário de Jesus, o Cordeiro de Deus. Ele morreu em nosso lugar para termos a vida eterna.
A exemplo de Moisés, que foi enviado pelo eterno Yhwh ao povo hebreu para libertá-lo da escravidão no Egito, Jesus veio ao mundo, enviado pelo Pai (Gl 4:4), apresentado como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Jesus foi identificado com o cordeiro da “páscoa judaica”, que à semelhança daquele, foi morto para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16; 6:40).
Foi na última páscoa, quando Jesus participou com os Seus discípulos (Mt.26:17-30), que substitutivamente instituiu a Santa Ceia, em que o pão e o vinho representam o corpo e o sangue, do Cordeiro de Deus, sacrificado no calvário, por muitos, para remissão dos pecados. Por isso, “Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (ICo 5:7).
É na Santa Ceia que o cristão lembra a última páscoa e a ressurreição de Cristo, glorificando a Deus pela sua libertação espiritual em Jesus, e ratificando o seu compromisso de fidelidade para a sua santificação.
Essas duas páscoas, a judaica e a cristã, foram instituídas por Deus. A primeira, para preparar o povo para a vinda do Cordeiro Pascal, perfeito e imaculado que tiraria o pecado do mundo; a segunda, a Santa Ceia, para que o Seu povo aguardasse a volta de Jesus, para com Ele reinar. A judaica com celebração anual e a cristã, lembrada na Santa Ceia. A páscoa judaica prefigurou a cristã, onde o cordeiro foi substituído pelo próprio “Cordeiro de Deus”, Jesus Cristo.
Solus Christus – Soli Deo Gloriæ!
00(Contribuição do Pr. João Antônio dos Santos Junior)